terça-feira, 30 de junho de 2009

O mundo do faz de conta ao alcance de suas mãos

Imagine um garoto, viciado em computadores, que consegue criar a sua própria namorada ideal. Mas calma, ele fez tudo isso com a melhor intenção. Ele queria apenas ajudar a banda da sua melhor amiga, que precisava de uma vocalista para fazer sucesso. Está feita a história de mais uma comédia romântica de adolescentes. O filme “Pixel – A Garota Perfeita”, foi produzindo pelo Disney Channel e vai ao ar nesta terça-feira, na Sessão da Tarde.

A produção é uma verdadeira utopia dos adolescentes. Se você não tem a garota perfeita, por que não pode criá-la? Ela será apenas um holograma, tema que já foi discutido aqui no Utópicos e Distópicos. Porém, isso não impede que os sentimentos por essa nova companheira se aflorem. Afinal, ela é linda, está ali ao seu lado e você pode fazer o que quiser, criar a história que deseja viver.

Essa ideia de produzir uma realidade, seja por meio de um holograma, seja com programas de realidade virtual, como Second Life e os games, está cada vez mais na vida de todos, adolescentes e adultos. Já virou até tema de novela! Na trama de Caminhos das Índias, da Rede Globo, Val, personagem vivida por Rosane Gofman, é a uma mulher que se realiza no mundo virtual. Na tela do computador, ela pode ser uma jovem linda e sedutora que conquista todos os pretendentes que deseja. Val já até pensou em aumentar a família e ter filho, virtuais, é claro.

“No mundo virtual você não precisa de um corpo. Você pode ser um ponto de vista flutuante. Você pode ser a chapeleiro maluco ou o bule”, diz Bragança de Miranda na Revista Comunicação e Linguagens. “A liberdade individual passa a estar ligada, entre outros, à possibilidade de produção de novas figuras a partir de si, possibilidade essa oferecida pela técnica como um novo registro do que Fernando Pessoa chamou de ‘mecanismos de outrar’, isto é, dividir e multiplicar o eu”, completa Catarina Moura, no texto A Vertigem.

Todo esse mundo novo de possibilidades de ser a mulher ideal e ter o homem dos sonhos ou de construir o seu próprio objeto de desejo, como a vocalista do filme da Disney, tem tamanho sucesso pela semelhança com o real. Essa hipótese é defendida por Jayme Aranha Filho no artigo Tribos Eletrônicas: usos & costumes, citado por Mario Lopes Guimarães Junior, no trabalho A Cibercultura e o Surgimento de Novas Formas de Sociabilidade. Para Aranha Filho, a rede se difunde tão rapidamente porque estabelece uma metáfora de totalidade, reproduzindo as instituições sociais, ou seja, a rede se expande pelo sucesso de suas “analogias com o mundo”.

No mundo virtual, seja com os hologramas ou nos programas que imitam a realidade, podemos ser quem ou o que quisermos, na lógica do faz de conta, como lembra Catarina de Moura. O problema é quando tal lógica ultrapassa as telas e os aparatos tecnológicos e se torna a vida das pessoas. Val, personagem da novela global, não se interessa por relacionamentos reais e vive plenamente os seus romances no computador. É um tipo de mídia, a realidade virtual, exercendo o seu poder sobre o indivíduo, que se sente tão seduzido pelo universo do faz de conta que acabou de criar que não quer mais sair dele.

A tecnologia está diante de todos. O ideal é usar com parcimônia. Nada de inventar um personagem virtual e viver apenas na sua criação. Isso pode ser uma utopia para muitos, como para o garoto do Pixel. Mas, você pode cair no mundo da distopia e ser dominado por toda a tecnologia, seja pela alienação de querer viver somente na ficção ou pelas traições do mundo virtual, como no vídeo abaixo. Apenas divirta-se!


quarta-feira, 24 de junho de 2009

Pesquisa dos perfis no TWITTER


Blogando hoje pela manhã encontrei esta notícia publicada no Portal Imprensa que traçou um perfil dos usuários do Twitter brasileiro. A pesquisa foi feita pelo IBOPE que registrou um aumento de 456% de acessos e integrantes do microblog. Claro que o ORKUT ainda é a social networking predileta dos brasileiros, mas o twitter já já será concorrente do Google.


Por Eduardo Neco/Redação Portal IMPRENSA

A equipe brasileira do Twitter realiza, desde o último dia 12 de maio, um censo para conhecer as proporções da twittosfera no país e o perfil de seus usuários.

O censo, que não tem data prevista para acabar, segundo o site do projeto, recebeu até o momento um total de amostras de 12835 perfis, sendo a maioria pessoal (97,38%) e uma parcela mínima de 2,62% de empresas. A partir destes dados, questiona-se de que modo o serviço de microblog se tornará rentável, já que não pretende cobrar de seus usuários individuais, mas estuda uma taxa às empresas.

Entre homens e mulheres, o censo mostrou equilíbrio: 55% e 42%, respectivamente. Pessoas entre 19 e 24 anos respondem por 43% dos usuários, seguidos da faixa dos 25 aos 30 (25%). Usuários entre 15 e 18 correspondem à 13% da audiência da rede social.

O maior número de usuários está na região sudeste do país. O estado de São Paulo lidera com 38%, Rio de Janeiro possui 11% e Minas Gerais, 8%.

A grande maioria das pessoas acessa o serviço através de computadores (66%), sendo que esses acessos ocorrem, principalmente, a partir de suas residências (37%).

O levantamento, que é o primeiro sobre o serviço de microblog no país, é feito através de um questionário disponível no site da equipe do Twitter no Brasil.

De acordo com dados do Ibope, apesar do crescimento estrondoso do Twitter, que só no último mês de abril registrou crescimento de 456% no número de acessos, o serviço ainda está longe de alcançar os quase 18 milhões de usuários da rede social Orkut. Por ora, o microblog possui cerca de 680 mil perfis.

terça-feira, 23 de junho de 2009

SALÁRIOS UTÓPICOS

A televisão brasileira vive um dos momentos mais tensos e de mudanças da história. Propostas irrecusáveis para apresentadores, jornalistas e técnicos da área estão fazendo muita gente sonhar com altos salários.
Os números divulgados pela mídia são mesmo de fazer qualquer um imaginar como a vida poderia ser diferente recebendo montantes estratosféricos de dinheiro todo mês. Uns ficam só na utopia, outros podem concretizar tais sonhos.
Gugu Liberato sempre figurou entre os apresentadores com maior salário da televisão brasileira. Mas a proposta da Rede Record foi mesmo de tirar o fôlego: 3 milhões de reais por mês é uma quantia de fazer inveja a qualquer empresário. Até Silvio Santos, dono do SBT, teria dito que aceitaria uma proposta com esses números.
Enquanto pouquíssimos profissionais de TV ganham valores absurdos, a grande maioria tem que enfrentar salários baixos e condições de trabalho inadequadas. É uma pena ter que ver tamanho contraste. Isso sempre existiu, mas com essa proposta da Record ficou tudo muito "gigante".
E você... quais sonhos realizaria ganhando 3 milhões de reais por mês?

terça-feira, 9 de junho de 2009

Utopia dos anos 80 volta aos cinemas


Quem não queria ter uma esteira rolante para ser levado até a sua sala do trabalho? Ou ter um carro voador e não se preocupar com trânsito? Ver a pessoa enquanto fala com ela ao telefone? Ou ter a Rose como empregada? Coisas do mundo dos Jetsons, desenho de sucesso dos anos 60.

Hoje, nem tudo isso é uma utopia do universo da tecnologia. Já temos as chamadas 3G, esteiras rolantes no aeroporto internacional do Rio de Janeiro para nos levar de um terminal ao outro, mas ainda temos o trânsito de todo o dia. E, para relaxar um pouco, que tal voltar no tempo e curtir mais um pouco dessa família espacial e quase real atualmente?

Segundo o site Omelete, diretor Robert Rodriguez fará uma versão live-action dos Jetsons para o cinema. O diretor afirmo que pensa na produção desde 2007 e que está trabalhando no roteiro.

A família Jetson já se aventurou nas telonas. No primeiro filme sobre o desenho, todos se mudaram para um asteróide distante. A película em 2-D foi lançada em 1990 (o cartaz do filme é esse logo acima). Já o trabalho de Robert Rodriguez ainda não tem data para estrear.

Até lá, quais serão as nossas utopias? Poder falar não apenas por meio de telas gigantes, mas por pensamento? Imagina pensar na sua comida preferida e encontrá-la pronta em cima da mesa quando chegar porque a Rose, a simpática empregada robô deixou tudo pronto? Aproveite a viagem no tempo dos Jetson e compartilhe as suas utopias!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Utopias-distopias contemporâneas o ciberespaço conceitos e teorias

UTOPIA, E O QUÊ? DISTOPIA, E DAÍ?


ESPERANÇA CATÁSTROFE



DISTOPIA




“É provavelmente, demasiado elogioso chamar-lhes utópicos; deveriam em vez disso ser chamados dis-tópicos, ou caco-tópicos. O que é comumente chamado utopia é demasiado bom para ser praticável; mas o que eles parecem defender é demasiado mau para ser praticável."



Foi através do discurso de John Stuart Mill e Gregg Webber em 1868, no Parlamento Britânico, que a expressão Distopia, foi utilizada pela primeira vez. Certamente, baseado no amplo conhecimento do Grego, que ambos possuiam:




O prefixo grego "dis" ou "dys" ("δυσ-") significa "mau", "anormal", "estranho", a palavra grega "topos" ("τόπος"), significa lugar e o grego "ou-" ("ου") significa "não". Assim, utopia significa "lugar nenhum" e distopia significa "lugar mau".
Grego Antigo




Distopia ou Antiutopia




Pensamento - Filosofia - Processo discursivo

antítese da utópica / “utopia negativa”



Afeta a Sociedade gerando:




TOTALITARISMO

NORMAS FLEXIBILIZADAS




AUTORITARISMO

CONTROLE OPRESSIVO



Que reflete na Tecnologia, que por sua vez é instrumento de domínio da Sociedade, utilizado por:




CORPORAÇÕES ESTADO INSTITUIÇÕES



A maioria das distopias tem alguma conexão com o nosso mundo, mas frequentemente em um futuro imaginado ou um mundo paralelo. Além disso, a distopia foi causada em consequência da ação ou da falta de ação humana, de um mau comportamento ou da ignorância.


UTOPIAS




As utopias são sistemas sociais idealizados e não têm raízes na nossa sociedade atual, figurando em outra época ou tempo ou após uma grande descontinuidade histórica.

A utopia de Thomas More

Embora Utopia signifique lugar nenhum, ela representa uma ilha
com uma comunidade perfeita


domingo, 7 de junho de 2009

Homem-máquina...Máquina-humana


O cientista e inventor americano Ray Kurzweil, conhecido como o maior futurólogo do mundo, vem há alguns anos instigando crentes e descrentes com diversas previsões sobre as revoluções que o avanço da tecnologia irá proporcionar à vida humana. São afirmações no mínimo, intrigantes.

Segundo ele, em poucas décadas será possível, por exemplo, fazer download de informações diretamente para o nosso cérebro, ou seja, poderemos assim adquirir qualquer conhecimento que quisermos com o auxílio do computador. (Utopia essa citada em tom de brincadeira por Rosana Hermann, nossa entrevistada para o seminário).

Assim como os downloads, Kurzweil acredita que poderemos armazenar nossa memória nas máquinas, retardar o envelhecimento através de pílulas, imergir em uma realidade virtual através de nosso próprio sistema nervoso, curar doenças e anomalias de DNA com nanorrobôs viajando por nossa corrente sanguínea, entre muitas outras suposições.

Gabarito não lhe falta para prever esse futuro surreal. Ele construiu seu próprio computador na década de 60, inventou o scanner e o tradutor de textos para deficientes visuais e vários outras criações no campo tecnológico. Muitos o consideram o sucessor de Thomas Edison.
O que o cientista prevê é que o homem ficará cada vez mais próximo da máquina, e a máquina cada vez mais se parecerá com um humano, em uma fusão irreversível. Seremos meio máquinas e as máquinas meio humanas...

Os adeptos do Neo Luddismo certamente virão essas possibilidades como o novo apocalipse, afinal a natureza humana nunca poderá se igualar ao tecnicismo da máquina. Mas, como pensa Rosana, essa utopia até que não seria má idéia.

Para quem quiser conhecer melhor as antevisões de Ray Kurzweil, uma matéria bem interessante sobre ele foi publicada na edição de abril da revista Rolling Stones.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Queremos participar do espetáculo!

Para quem ainda não sabe, os utópicos e distópicos são amigos que se conheceram no curso de pós-graduação da Cásper Líbero, da disciplina Mídia e Poder. Durante o semestre vimos diversas vezes expressões como sociedade do espetáculo, shownalismo e outras que nos remetem à prática do jornalismo como um grande circo, um grande espetáculo que faz de tudo para conseguir audiência e prender a atenção dos espectadores, leitores e afins. E no nosso jornalismo participativo, sobre o qual eu já falei algumas vezes por aqui? Onde fica o espetáculo? O que significa participar de todo esse circo de notícias e sensacionalismo?

Encontro pelo menos duas respostas, o resto eu deixo para vocês pensarem. A primeira está na quantidade de notícias recebidas pelos portais de jornalismo-cidadão. Muitos falam sobre o que acontece em seu bairro, o acidente do trânsito, mas o recorde são as matérias sobre celebridades. No Minha Notícia, do portal iG, a maioria das colaborações recebidas até o ano passado eram alguma fofoca ou foto de celebridade. Existe até um canal específico para isso, o Foto Flagra. Todo mundo quer ser paparazzi e entrar no mundo do espetáculo da notícia pelo próprio espetáculo, através de quem está sob os holofotes. E aí vale de tudo. A mulher fruta que foi à praia, a outra que saiu sem calcinha e o que os olhos vívidos dos internautas repórteres conseguirem captar.

Outra reposta é ter a sua reputação para ser respeitado no meio de toda a enxurrada de notícias e conquistar o seu próprio público. E isso vai além do jornalismo participativo. Está nos blogs, nos comentários de matérias e no que mais der voz ao internauta. Ele quer que a sua visão sobre todo o espetáculo da notícia seja lida, ouvida e ganhe vida em fórum de discussão. O Minha Notícias e outros sites do gênero mostram rankings com os leitores que mais colaboram ou que tem as matérias mais comentadas. Alguns portais como o Overmundo usam o ranking para editar a página principal. Quem tiver mais comentários e for mais bem votado, ganha mais destaque. O Slashdot, referência para o mundo de tecnologia, tem seguidores fiéis de determinados colaboradores, que fizeram a sua fama no portal com boas notas nos comentários.

Quem escreve quer falar para alguém e quer ser ouvido. A boa reputação no jornalismo participativo significa que você está no caminho certo e estão dando importância ao que você fala. Ou seja, você conseguiu ter a sua voz e o seu próprio papel em todo o espetáculo!