quarta-feira, 8 de abril de 2009

PODER EM SUAS MÃOS... ATÉ QUE A SUA CONEXÃO PERMITA

Para que ficar apenas sentado diante da televisão assistindo a um filme ou a uma notícia? Para que ficar parado e ser apenas um espectador passivo de tudo o que acontece a sua volta? Pegue a sua câmera, grave o seu vídeo, escreva a sua notícia, monte o seu blog, seja livre! Mas saiba que todo esse poder e liberdade de ir e vir, publicar e despublicar estão condicionados a um aparato tecnológico. De que adianta ter a autonomia de fazer o seu conteúdo sem ter como publicá-lo?
Uma grande utopia do ciberespaço diz respeito exatamente à liberdade. É o sonho de poder produzir as suas notícias, fotos, vídeos ou o que desejar e compartilhar com amigos, leitores e espectadores de todo o mundo em questão de segundos, com apenas um clique. Basta subir o seu vídeo no You Tube e pronto! Ele estará disponível para qualquer um, sem barreiras como idade, localização geográfica ou classe social. Quem estiver conectado ao ciberespaço tem a liberdade de assistir ao vídeo, divulgar para amigos ou em alguma comunidade virtual, comentar...
Porém, a realidade se apresenta muito mais distópica do que utópica. Para explicar melhor tal idéia, vou roubar um conceito do francês Louis Vicente Thomas, do livro Anthropologie dês obssessions, de 1988. Segundo o autor, levando em conta a ficção científica, a cidade pode se virar contra o próprio homem, sendo hostil contra os seus próprios habitantes. Aí mora a distopia. A cidade e seus comandantes exercem um totalitarismo e autoritarismo sobre os indivíduos que vivem na ficção científica.
O conceito de Thomas pode ser visto no filme Minority Report, de 2002, dirigido por Steven Spielberg e baseado em um conto homônimo de Philip K. Na produção hollywoodiana, a polícia conta com uma divisão pré-crime, na qual três seres, os precogs, conseguem prever todo e qualquer crime que será cometido na cidade de Washington e os bandidos são punidos antes mesmo da ação. Tom Cruise, que representa o protagonista no filme, é apontado como um futuro criminoso e precisa provar a sua inocência. Ou seja, seguindo o que é explicado por Thomas, a cidade, no caso o moderno departamento da polícia norte-americana, se voltou até contra os inocentes, ou pelo menos contra quem se diz inocente.
Mas agora é hora de voltar ao ciberespaço e ao mundo virtual. Aqui, a cidade é a internet. Imagine-se na seguinte situação: você conseguiu um flagra da celebridade mais badalada do momento. Registrou tudo com a câmera de seu celular e foi correndo para frente do computador para subir as imagens no seu blog, que virou sucesso nos últimos tempos pelas constantes atualizações e o melhor estilo paparazzo. Até aqui, sem problemas. É o universo das utopias, onde o internauta tem plenos poderes para escrever o que quiser e montar ele mesmo a sua mídia.
Entretanto, o ciberespaço é um tanto quanto distópico. Assim como a cidade que se volta contra seus habitantes, a internet pode se voltar contra os seus usuários. Você está com o vídeo editado, perfeito para postar no blog e apenas acompanhar a audiência subir, subir, subir... e... o blog não abre. O serviço não está disponível naquele momento. Você tem todo o material na mão, com exclusividade, mas não tem o poder de usá-lo para nada.
Neste momento, de que adianta todo poder para produzir os seus conteúdos? De que adianta a liberdade de escrever sobre o que quiser, de montar o seu blog e contar as suas notícias e os seus flagras e ter a sua audiência fiel se, por um problema no servidor, de tecnologia, você não pode saciar a sua audiência? Isso é mesmo poder e liberdade total de ir e vir, publicar e despublicar? Será que alcançamos a tão desejada utopia? Nesse post eu consegui! Vale a pena seguir o sonho e buscar pela liberdade, mas com paciência com os imprevistos e barreiras dó caminho. Pelo menos aqui, eu sobrevivi, disse o que eu queria e consegui publicar, sem perder a minha conexão!

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